Sempre tive muito medo de desagradar as pessoas, de incomodar com minha presença ou mesmo com a minha fala. Eu sabia que precisava ser gentil e educada para poder estar entre os outros. Sempre sorrindo e dizendo sim para tudo e todos.
Na infância, estar com os amigos era maravilhoso, porque eu podia ser quem realmente era. Mas quando estava entre adultos, me comportava de forma totalmente diferente. Era a menina limpa, arrumada, educada, gentil, que não falava alto e muito menos gritava (tanto que hoje não gosto de gritos de crianças). Eu não gostava muito, mas percebia que era sempre elogiada por ser assim.
O tempo foi passando, e fui descobrindo outras versões de mim: a eu briguenta, a compreensiva, a amorosa, a esperta, a melindrosa, a amiga, amante, filha, esposa, mãe, funcionária, dona do estabelecimento… enfim.
Mas o que mais me assustava era perceber quantas pessoas eu me tornava com o passar do tempo.
Depois de muito tempo convivendo com todas essas “Eus”, parei para me conhecer. E nossa… isso foi libertador! Descobrir que sou a atriz no filme da minha própria vida, e que todas essas personagens que interpreto no dia a dia fazem parte de mim, foi um alívio. Aprender a viver em comunhão com todas elas me trouxe mais conhecimento sobre quem eu realmente sou.
Houve um tempo em que ser chamada de “duas caras” era uma ofensa. Hoje? Hoje vejo que sou muito mais do que duas. Tenho mil rostos, mil formas de amar, de reagir, de sentir.
Para cada uma dessas personagens, tenho um jeito, uma fala, hábitos. E o mais bonito é que eu aprendi a amar todas elas:
A filha que ainda sente falta de colo…
A irmã que ri a madrugada inteira até adormecer…
A namorada que vive um sonho no relacionamento…
A esposa que nutre a família com amor, carinho e cuidado…
A amiga leal e solidária, com um ombro sempre pronto para o acolhimento…
A profissional que se reinventa a cada desafio…
Por isso, não se cobrem por se sentirem diferentes, ou mesmo “estranhas”, quando se observarem em situações diversas sendo ou fazendo coisas que antes não faziam ou não gostavam. Acolham a nova personagem e deixem que ela crie vida.
✨ Escolham papéis brilhantes para atuar no palco da vida.
✨ Curta cada personagem.
✨ Desfrute de cada uma delas.
Porque no fim, todas somos nós mesmas.
E você, minha estrela, não é uma só…
Você é uma constelação inteira.
Agora é com você, minha estrela! O que essas palavras despertaram aí dentro? Deixe seu comentário, compartilhe sua luz — você também é parte dessa jornada!