Quando a Morte Vier Me Buscar, Ela Vai Me Encontrar Viva

Meu nome é Cristiane Faustino, mas gosto de ser chamada de Imperatriz.
Tenho 51 anos, sou mãe do Winicius e da Amanda — duas almas que iluminaram minha caminhada, e eu aqui os agradeço por isso. Nem eles podem imaginar o quanto mudaram minha vida.
Sou filha da Sueli e do Osnil.
E esta é a minha história. Uma história real. Uma história de sobrevivência e renascimento.

Cresci tendo como referência de força e altivez uma Mulher que, até hoje, me falta palavras pra descrever: MINHA MÃE.
Ela era coragem e fragilidade no mesmo corpo.
Guerreira que enfrentava a vida de peito aberto, mesmo quando a alma tremia por dentro.

Passamos por tudo nessa vida: fome, abandono, despejo, injustiças, humilhações.
E, acima de tudo, doença.
Minha mãe ficou doente quando eu tinha 7 anos.
A hemodiálise virou rotina. A internação virou a segunda casa da minha Mãe.
E eu, ainda tão pequena, precisei aprender a ser grande.

Ela lutou.
Durante 23 anos, ela lutou.
Até que, finalmente, minha irmã conseguiu doar-lhe um rim.
Por um instante, pensamos: “agora vai!”
Mas a vida, com sua ironia silenciosa, nos deu um aneurisma.
E, de repente, ela se foi.

Deitou um dia… e não levantou mais.
E assim, a vida que lutou tanto… partiu.
Sem aviso.
Sem permissão.

Naquele momento, algo mudou em mim.
Comecei a repetir os passos dela, achando que “honrar minha mãe era repetir sua história”. Claro que isso foi de forma inconciente.
Era viver o que ela não conseguiu viver.
Era ir além.

Por muito tempo, tentei fazer tudo como ela fazia.
Pensava que assim a manteria viva em mim.
Mas eu estava me adoecendo também.
Segui o mesmo caminho… até perceber que poderia mudar a rota.

Hoje, ainda conserto os estragos daquela escolha.
Mas eu agradeço por ter enxergado.
Por entender que dá tempo.
Dá tempo de parar, ajustar, se acolher.

Eu não sou perfeita.
E não quero ser.

Eu quero estar presente.
Quero ser real.
Quero viver.

A vida me ensinou que problemas e soluções chegam juntos.
E quando o conflito aparece, eu sinto.
Por dois minutos, me permito chorar.
Depois, levanto a cabeça e digo:
“Agora, que a solução se apresente.”

Ela sempre vem.
Nem sempre como espero.
Mas sempre como preciso.

E é por isso que eu digo com toda certeza:

Quando a morte vier me buscar… ela vai me encontrar VIVA✨.

Porque eu estou vivendo — por mim, pelos meus filhos, por minha Mãe.
Por todas as mulheres que acham que é tarde demais.

E não é.

Ainda dá tempo de brilhar.


Cristiane Faustino
Mulher Linda e Negra, Mãe, Filha, Amiga. Uma Alma que virou a dor em direção, em caminho para a felicidade.
Autora do “BRILHE”.

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