Essa frase ainda roda por aí como piada.
Mas, para muitas de nós, ela vem embutida em olhares atravessados, comentários leves demais para serem confrontados, mas pesados o suficiente para incomodar.
Sabe aquelas pessoas que dizem que te admiram, que “gostam de você”, que te acham forte, guerreira, batalhadora…
Mas, logo depois, deixam escapar um comentário, uma forma de olhar que as vezes nem ela percebe, uma comparação, uma expressão do tipo:
“Mas… quem é você na fila do pão?”
Eu conheço bem esse tom.
É sutil, mas é corrosivo.
É o tipo de gente que finge acolher, mas te examina.
Que estende a mão, mas com a outra te mede.
Que te elogia com os lábios, mas tenta te diminuir com os olhos.
Durante muito tempo, isso me atingiu.
Eu me encolhia.
Me questionava.
Será que estou indo longe demais? Será que eu sou tudo isso mesmo?
Mas hoje, não mais.
Hoje eu sei exatamente quem eu sou na fila do pão.
Eu sou aquela que levantou cedo enquanto todos ainda dormiam.
Fui eu quem preparou a massa do pão da minha história,
com lágrimas sim, mas com coragem, com fé.
Fui eu quem esperou a massa crescer no tempo certo,
quem respeitou o descanso,
quem cortou, modelou e colocou no forno da vida — mesmo sem garantias de que iria crescer.
E agora?
Agora, sou a primeira da fila.
Aquela que pega o primeiro pão, quentinho, bem dourado, com a consciência tranquila de quem sabe exatamente o que fez para merecê-lo.
Se você está lendo isso e já passou por esse tipo de pessoas ou situações, que disfarça inveja com leveza, que tenta apagar sua luz com elogios tortos, atitudes que aos olhos de todos é para te diminuir, eu te digo:
Você não precisa se explicar para ninguém.
Você não precisa se diminuir para caber no entendimento de ninguém.
Continue caminhando com firmeza.
Continue crescendo com verdade.
Continue brilhando com simplicidade e honra.
E se alguém ainda te olhar com aquela velha pergunta:
“Mas quem é você na fila do pão?”
Responda com um sorriso leve e olhar firme:
Sou alguém que levantou cedo, preparou a massa da sua história, esperou o tempo certo da massa crescer e segue firme, com fé no forno da vida.
Porque pão bom mesmo… leva tempo pra crescer.